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Federação Paulista de Ciclismo

Cicloturismo: como não passar perrengue em uma viagem de bicicleta

O cicloturismo é uma tendência forte na Europa e vem ganhando adeptos no Brasil. Mas antes de, efetivamente, começar sua viagem de bicicleta, é importante conhecer técnicas e estratégias que ajudam a evitar problemas – além de saber lidar com os que podem aparecer pelo caminho.

Cicloturismo: como ter uma viagem tranquila

O destino e a rota

Na hora de escolher o destino, é importante levar em conta alguns fatores, como a melhor época para pedalar no local desejado, o clima na data da viagem e como isso pode afetar seu percurso – marés altas podem impedir um pedal pela praia, por exemplo.

Pesquise sobre o terreno e as estradas que você vai encarar, e determine se você vai começar e terminar a viagem no mesmo ponto.

Considere a dificuldade do trajeto. Você já está acostumado a pedais longos? Está em boa forma? Ou quer apenas um pedal para relaxar, sem grandes esforços?
Com quem você vai pedalar? Você gosta de pedalar em grupo? Com a família? Namorado/a? Sozinho? É melhor viajar com alguém que aguente o mesmo ritmo que você.

Antes de partir, defina seu orçamento, onde e o quê você vai comer e onde vai se hospedar. Você vai acampar? Ficar em hotéis e pousadas? Ou um pouco dos dois? O aplicativo Warm Showers também pode ser uma boa opção. Há restaurantes ou supermercados no trajeto? Onde eles estão localizados?

O peso da bike

Na hora de fazer a mala para o cicloturismo, menos é mais. Você pode levar o que quiser ou conseguir carregar, mas tenha a consciência de que quanto mais coisa levar, mais pesado ficará o pedal, e mais tempo você vai demorar para ir de um ponto a outro. O ideal é que a bagagem não ultrapasse os 20 kg.

Depois de carregada, você consegue levantar sua bike do chão e levá-la por alguns metros, para cruzar um rio, por exemplo? Em caso negativo, é um sinal de que colocou peso demais. Quem quer encarar terrenos mais inóspitos também deve conseguir levantar a bicicleta sobre cercas.

Ao fim de cada viagem de cicloturismo, verifique se você levou algo que não foi usado – é um ótimo candidato para não ir com você da próxima vez.

Como escolher uma bicicleta para cicloturismo

Escolha um quadro resistente e robusto, com uma geometria confortável que possibilite muitas horas de pedal sem cansar. Bicicletas próprias para cicloturismo costumam ter quadros alongados que afastam o movimento central da roda traseira, possibilitando uma pedalada livre, sem que o pé bata nos alforjes.

Um selim confortável é indispensável. Selins de gel podem ser macios inicialmente, mas a maioria dos ciclistas escolhe selins de espuma dura, que não se deformam com o tempo. Nunca parta para uma cicloviagem com um selim novo ao qual você não está acostumado – pedale pelo menos uns 50 km com ele antes para ver se é necessário algum ajuste.

Prefira rodas fortes, já que é muito mais difícil desviar de buracos e outros problemas do terreno com uma bike carregada, e pneus largos, feitos para uso na estrada, mas que ofereçam estabilidade também em terrenos acidentados – 35 mm é uma boa pedida.

Diferentes tipos de guidão oferecem vantagens diferentes. Um guidão reto vai te ajudar a manter uma postura mais ereta e, portanto, menos exigente. Um guidão drop vai te dar mais opções de pegada e a possibilidade de descansar o peso do corpo sobre os braços por alguns momentos, o que pode ser bom depois depois muitas horas no selim. Faça testes e veja o que funciona melhor para você.
A escolha do pedal também é importante. Pedais plataforma (sem dispositivos para prender) só são indicados para viagens muito tranquilas, em que a perda de eficiência na pedalada tem pouco efeito. Sapatilhas de MTB se parecem mais com tênis comuns e permitem que você caminhe sem grandes dramas.

Paralamas são fundamentais. Existem modelos de plástico que quase não adicionam peso à bicicleta e evitam costas molhadas de lama ou água da chuva. Eles também ajudam a evitar uma bicicleta exageradamente encardida.

Habilidades necessárias para uma cicloviagem

Saber escolher a hora certa de usar cada marcha é importante– números menores são mais leves e os maiores mais pesados. Subidas exigem marchas leves, e longos planos são bons para aumentar o rendimento do pedal com escolhas mais pesadas. Se está difícil de pedalar, você provavelmente está na marcha errada.

Mude para uma marcha leve antes de entrar em uma subida (essa dica vale para todos os momentos e não apenas durante o cicloturismo) – mudanças bruscas durante a subida desgastam o câmbio, podem soltar a corrente e fazem você perder rendimento.

Se tiver que parar e voltar a pedalar em uma subida íngreme, aponte a bike a 45 graus, para reiniciar a subida em um ângulo mais leve.

Nunca freie na curva. É preciso desacelerar antes de começar a mudança de direção. Sempre freie suavemente para não travar a roda e acione primeiro o breque de trás e só depois o da frente.

Leve em consideração que a bike está mais pesada do que de costume e vai demorar mais para responder durante a frenagem.

Para parar, desclipe o pé esquerdo, apoie-o no chão e levante do selim. Acostumar a apoiar sempre o pé esquerdo no chão ajuda a evitar marcas de graxa da corrente na perna direita.

Tome cuidado para não deixar o pedal do lado de dentro das curvas para baixo durante curvas acentuadas – é queda certa.

10 erros clássicos do cicloturismo para evitar

  • Não treinar o suficiente – e fazer um esforço tremendo para completar o trajeto ou não conseguir completar;
  • Pedalar em um nível muito puxado no começo da viagem – e se sentir exausto no resto dos dias;
  • Usar marchas pesadas demais – e sobrecarregar o corpo;
  • Não mudar de marcha o suficiente de acordo com o terreno – e desgastar as peças;
  • Levar roupas arrumadas demais – e levá-las de volta para casa sem uso;
  • Não se preparar para o frio – e passar por momentos muito desagradáveis;
  • Não comer e beber o suficiente enquanto pedala – e entrar em colapso físico;
  • Não fazer uma revisão na bike antes da viagem – e ter problemas mecânicos que poderiam ter sido evitados;
  • Não ter flexibilidade no itinerário – e se frustrar quando as coisas não saem como planejado;
  • Fazer da viagem uma competição – e acabar com o clima agradável do pedal.

Fonte: ativo.com.br

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