Velódromo resgata história do ciclismo e pode ser entregue em setembro
A prática do ciclismo na capital amazonense voltará aos tempos áureos com a inauguração do Velódromo de Manaus, previsto para ser entregue pelo prefeito Arthur Virgílio Neto no próximo mês de setembro. As obras já alcançam 70% de execução e, além da pista de ciclismo, contemplam também a criação de uma quadra de tênis, bicicletário e prédios administrativos, onde devem funcionar as sedes das federações estaduais de ciclismo e tênis.
O novo espaço dedicado aos ciclistas está localizado no conjunto Aruanã, bairro Compensa, zona Oeste, e coloca Manaus no rol das poucas cidades brasileiras aptas a receber competições na modalidade. A área da pista é de 1.859 metros quadrados e tem inclinação de 1% na pista de aceleração e de 18% a 36% na de corrida, sendo 18% nas retas e 36% nas curvas.
Segundo o diretor técnico da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), Marcos Barbosa, essas medidas tornam o velódromo apto a receber competições de alto nível, locais, regionais, nacionais, e até internacionais, em caso de amistosos. “Optou-se pela construção de uma pista de ciclismo voltada para atividades municipais, que podem abranger campeonatos regionais e nacionais, além de ações educativas e recreativas, priorizando o desenvolvimento da base, que será o futuro do ciclismo, com jovens de 12 a 18 anos, como uma eventual copa de bairros de ciclismo de pista”, explicou Marcos.
No local, os esportistas também vão usufruir de bicicletário, vestiários masculino e feminino, e seus torcedores vão dispor de duas arquibancadas, sendo uma para cada modalidade, além de banheiros. A acessibilidade para pessoas que utilizam cadeiras de rodas estará garantida com a construção de rampas de acesso.
Ele também disse que com a construção de uma quadra de tênis comunitária integrada à pista de ciclismo existe a intenção de que a federação de tênis tenha sede no espaço.
Resgate histórico
O primeiro velódromo de Manaus foi construído em 1899, na praça Visconde do Rio Branco, bairro Cachoeirinha, por comerciantes locais que haviam conhecido o primeiro do país, em São Paulo, cuja estrutura oficial foi inaugurada em 1905. Posteriormente, foi lançado o velódromo Álvaro Maia, na mesma estrutura do primeiro, em 1944, sob outra gestão, que seguiu com atividades até 1950, quando o esporte perdeu força na capital.
Na época, início do século 20, Manaus passava pelo seu principal momento econômico e de urbanidade e necessitava de momentos de divertimento, como destacou o presidente do Clube Administrativo Esporte e Cultura, Rildo Heros. “Nesse momento da construção do velódromo, Manaus era considerada a “Paris dos Trópicos”. A cidade, no final do século 19 para 20, fervilhava de novidades, vivia o auge do ciclo da borracha. Existia uma febre de transformações na cidade, havia uma revolução de hábitos e costumes”, relembrou.
As corridas ciclistas na cidade eram realizadas na rua, no que se entendia como Circular Amazonas, que seguia os trilhos do bondinho que existia no período áureo da borracha. Pode-se dizer que essa atividade deu início à ideia de se construir um local apropriado para a prática do esporte, como informavam os jornais da época.
Fonte: https://d.emtempo.com.br/