Engarrafamento no fim: a chegada mais incrível do ciclismo olímpico
A prova de estrada do ciclismo é um teste de resistência em que, normalmente, muito poucos conseguem brigar pela vitória no fim. Porém, nas Olimpíadas de Tóquio 1964, o desfecho da disputa masculina foi surpreendente e diferente. Nada menos que 99 ciclistas cruzaram juntos a linha de chegada. A diferença entre o medalhista de ouro e o 99º colocado foi de apenas dois décimos de segundo.
Em Tóquio 1964, a prova individual masculina de estrada reuniu 132 inscritos, entre eles grandes lendas do ciclismo. O principal destaque era o belga Eddy Merckx, o Canibal, cinco vezes vencedor da Volta da França e considerado por muitos o maior ciclista da história.
Porém, a disputa se deu em condições atípicas, e isso provocou o incrível nivelamento dos competidores na pista.
Dois fatores explicam o desfecho mais apertado da história.
Primeiro, o percurso de 195km era praticamente sem elevação: o ponto mais alto ficava a 65 metros de altitude. Ou seja, não havia o desafio de subidas íngremes, que costuma separar os ciclistas. Além disso, a prova aconteceu sob chuva, limitando a aceleração máxima dos atletas mais velozes.
Assim, todos os competidores que completaram a prova cruzaram a linha de chegada num único pelotão engarrafado, todos com o tempo de 4h39min51s, separados apenas pelas frações de segundo. Em primeiro, ficou o italiano Mario Zanin, ciclista que teve uma carreira de pouco brilho. Exceto, justamente, o brilho dourado do topo do pódio olímpico.
Fonte: Globo Esporte